Solidariedade

De pouco em pouco para ajudar quem precisa muito

Ação promovida, sábado, no Centro, contou com a colaboração da comunidade para auxiliar a Santa Casa

Carlos Queiroz -

É difícil encontrar alguém de Pelotas e região que nunca tenha sido atendido pela Santa Casa de Misericórdia. Ou que não tenha familiar, vizinho ou amigo que recorreu à instituição alguma vez na vida. Isso ficou bastante claro no sábado (11), quando uma ação ocorrida no Calçadão chamou a atenção de quem passava pelo local para a crise financeira enfrentadas pelo hospital e que se reflete em dificuldades no acolhimento dos pacientes.

Promovida pelo Sindilojas com o apoio do Sesc e da Escola Senac, a mobilização chamada de Dia dos Pais Solidário ofereceu serviços de saúde e beleza gratuitos à população, além de brinquedos para as crianças e cabine fotográfica. Tudo de graça, assim como a maioria dos atendimentos feitos pela Santa Casa. Foram mais de mil pessoas cortando o cabelo, verificando a pressão arterial ou fazendo testes de glicemia. Em troca, encheram as urnas dispostas no local com solidariedade.

Uma das doadoras foi a estudante Tamires Dorneles, 28. Há um ano e oito meses ela dava à luz ao pequeno Miguel na maternidade do hospital. A mesma que, hoje, sofre sem dinheiro e tem 19 leitos fechados. "Tive meu filho na Santa Casa e agora vejo toda essa dificuldade, o fechamento. Não posso deixar de ajudar. Acho que todos podem se unir", disse.

Assim como ela, o pedreiro Geraldo Josivaldo Santos, 43, deu sua parcela de contribuição. "Felizmente nunca precisei do hospital, mas fico comovido com a situação, vendo quem precisa do serviço muitas vezes ficando sem. Não custa ajudar com o que a gente pode. Nunca se sabe o dia de amanhã", alertou, enquanto depositava seu dinheiro e a esperança de dias melhores na urna.

Valor maior que o dinheiro
Ao longo do dia, enquanto durou a ação, foram muitas as doações. O valor, segundo o presidente do Sindilojas, deverá ser contabilizado hoje e encaminhado à Santa Casa para a compra de novos lençóis para os leitos. Mesmo que o total arrecadado não seja suficiente para renovar todos, Gilmar Bazanella afirma que o objetivo foi alcançado. "Muita gente ajudou, mas quem não podia doar parou, conversou, se interessou pela situação do hospital. Essa conscientização é importante. Queremos repetir", avaliou.

Provedor da instituição, Lauro Ferreira de Melo afirma que os atrasos de repasses estaduais próximos a R$ 700 mil, além da defasagem dos valores pagos pelo SUS, são os principais causadores da crise. Porém, no sábado, disse que isso pode ser amenizado com o apoio da população. "O principal é todos lembrarmos que a Santa Casa foi construída pela solidariedade. Não importa tanto o valor em dinheiro por pessoa. É esse espírito de colaboração que mantém o hospital de pé", concluiu.

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